Pelo lado, pode parecer que todos os movimentos filosóficos asiáticos são iguais: contemplação, auto-aperfeiçoamento e mensuração. No entanto, essa impressão é enganosa. Sobre esse fundamento semelhante, cresceu uma massa de ensinamentos diametralmente opostos, um excelente exemplo da diferença entre o taoísmo e o confucionismo.
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O confucionismo nasceu primeiro, começando com uma pessoa. Confúcio foi uma pessoa lendária durante sua vida e, portanto, teve um grande peso na política - nesse sentido, o ensino que ele criou era quase uma religião oficial do estado.
Sua idéia principal era auto-aperfeiçoamento e desenvolvimento pessoal. O ideal do homem no confucionismo não é muito diferente do adotado na Europa: a bondade está na vanguarda, que depende do respeito pelos outros, da honestidade e da ausência de qualidades negativas, como raiva, luxúria e ganância. E o objetivo final de alcançar a excelência pessoal é a máxima utilidade social, trabalhar em benefício do povo.
O taoísmo que apareceu um pouco mais tarde pode ser considerado uma resposta à doutrina do estado. O objetivo dos taoístas era idêntico: a busca do ideal. Mas os métodos eram diametralmente opostos, dando à pessoa um pensamento e colocando-a diante de uma escolha séria.
A idéia principal da contracultura era passividade. Como no confucionismo, uma expressão vívida de emoções e suscetibilidade a paixões não eram bem-vindas aqui. No entanto, em vez de assumir uma posição ativa de "corrigir a si mesmo", o taoísta tentou assumir a posição de um observador externo, percebendo sua própria consciência, exausta pelo sofrimento, como algo externo e não pertencendo a ele. O oposto direto do sistema estatal também se manifesta no objetivo final do auto-aperfeiçoamento - a conquista do "equilíbrio universal".
O taoísmo nem sequer pensava em qualquer trabalho para a sociedade (por causa do que era percebido como um movimento de anarquistas). Uma pessoa ideal é uma pessoa em si mesma, sem referência a padrões éticos absurdos e, principalmente, ao bem público. Em uma escala cósmica, qualquer ética não desempenha nenhum papel e, portanto, o taoísta deve agir simplesmente com um palpite.
Essa diferença de posições resulta em mais uma contradição fundamental: um olhar sobre a estrutura do mundo. Os confucionistas, motivando-se a ação decisiva e desenvolvimento ativo, dividiram o mundo em "esquerda" e "direita", referindo-se estritamente às coisas boas ou negativas e corruptas. Seus oponentes, pelo contrário, não precisavam disso: uma posição destacada e passiva permitia ao taoísmo perceber o ambiente em um amplo espectro, vendo ações neutras e parcialmente inclinadas em alguma direção.